quarta-feira, 25 de junho de 2014

Alfred Ford - "A importância das crianças"


Conheci Alfred Ford e sua família quando, como cadete, em campanha evangelística, visitamos o Lar do Meier, no Rio de Janeiro, onde eles estavam nomeados, isto em 1964. Depois, muitos anos mais tarde, quando veio ao Brasil ministrar cursos. Raras vezes, portanto, mas muito tenho ouvido deste servo de Deus australiano que grangeou muita simpatia entre os salvacionistas brasileiros. Esta foto e artigo extrai de um "Brado de Guerra", exemplar que guardo com muito carinho, pois me foi oferecido pelo Capitão John Fisk em um bar, em 1961, enquanto bebia com amigos... o primeiro passo para o Senhor trazer-me para o Exército de Salvação, o que aconteceu no ano seguinte.


Foto de 1966, da Banda Divisonal de São Paulo, dirigida por outro australiano, o Capitão Fred Shaw. O Capitão Alfred Ford está na fileira de trás, entre Alberto Heinzle e Paulo Wakai. Seu filho Lester está com seu piston ao lado do bumbo.


O Exército de Salvação sempre deu ênfase ao trabalho entre crianças e jovens, como mostra esta capa de nosso jornal especial do jubileu de nossa obra. 

E posso afirmar com segurança algo relevante:
um número incontável de adultos que hoje está em igrejas evangélicas pertenceram ou foram ganhos para Jesus, como crianças ou jovens, por intermédio da obra salvacionista!

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A importância das crianças


Artigo escrito para o "Brado de Guerra" do Ano da Criança, de 15 de julho de 1961, sendo redatora Flávia Brazil Esteves.

Ensina a criança no caminho em que deve andar ...
(Provérbios 22:6)

Estas palavras são um bom conselho, mas a quem são dirigidas? Logicamente a todos aqueles que têm qualquer contato com crianças, tais como: pais, professores, profesores da escola dominical, pastores, oficiais salvacionistas, dirigentes de clubes infantis etc.
De fato, cada cristão tem uma obrigação a cumprir, isto é, treinar as crianças no serviço do Senhor.

As crianças são o meio pelo qual podemos entrar em contato com outras crianças e adultos.

Dizemos muitas vezes que as crianças são os homens e mulheres de amanhã; é no entanto igualmente certo que os homens e mulheres de hoje eram as crianças de ontem, e muitos deles não conhecem nada a respeito de Deus. Será porque não tiveram oportunidade de ouvir o Evangelho quando eram crianças? Ou será que ouviram, mas não encontraram em nós bastante amor cristão e companheirismo para ganhá-los para Deus? É muito difícil influenciar para Deus (do ponto de vista humano) uma pessoa com idéias já formadas; há no entanto uma maneira de consegui-lo, isto é: através dos filhos. Pode parecer isso muito bem na teoria, mas será assim na prática? Sim, certamente!

No Rio de Janeiro tivemos o privilégio de trabalhar entre o povo de duas  favelas. Descobrimos que a maneira de alcançar os adultos era através das crianças. Uma criança sente muito bem se o nosso interesse nela é questão de dever, ou porque possuimos realmente um amor cristão genuíno por ela, da mesma maneira como sente qualquer preferência de classe que fizermos. 

Em uma das favelas encontramos uma das familias suscetível às nossas visitas porque as crianças frequentavam a nossa reunião de companhias (escola dominical), e por esta razão tornamo-nos amigos. Pouco depois, por intermédio dessa família, conseguimos contato com mais outras e em breve tínhamos conseguido que muitos lares abrissem suas portas para falarmos do amor do Salvador e algumas famílias até permitiram que realizássemos reuniões em suas casas. 

Com grande prazer vimos estes pais com seus filhos convidando seus vizinhos, não apenas para ouvir o Evangelho em seus lares, mas até para assistirem às reuniões em nosso salão. Algumas crianças aceitaram o Salvador, e, tendo-as ensinado a tocar instrumentos e pandeiros, nós as levamos muitas vezes às reuniões ao ar livre na cidade, para ajudar com a música. A presença delas atraiu muita gente, e, tendo vindo apenas para ouvir as crianças, permaneceram para ouvir a mensagem de Cristo e subsequentemente aceitaram a Jesus como seu Salvador.

O nosso alvo não é apenas interessar e entreter crianças, mas ganhá-las para Deus, crendo que, no interesse da humanidade, é muito melhor salvar a criança do pecado do que salvá-la depois de ter feito a sua vida um destroço humano.

Ano da Criança. Que fizestes até agora neste sentido? É agora a vossa grande oportunidade de ajudar ao Salvador para ganhar os vossos próprios filhos e os de vossos amigos. Tendes falado acerca de Jesus a uma criança neste ano? Tendes vos esforçado pessoalmente para ganhar ao menos uma criança para Jesus este ano?

As crianças de hoje dependem de vós, e certamente não as desapontareis, não é?

Alfred Ford - Capitão

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Samuel Eliasen - As bênçãos do Cristo ressurreto


Foto do caminho tradicionalmente tido como o de Emaús.

Lucas 24: 13-36

Era a tarde do domingo da ressureição. Dois discípulos - um deles Cleofas e do outro não sabemos o nome - caminhavam a Emaús, uma aldeia perto de Jerusalém. No caminho faziam muitas perguntas entre si sobre o que tinha acontecido naqueles dias, e de repente Jesus aproximou-Se deles.
E nesse inusitado encontro:

1. Tocou as suas vidas

Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles (v.15)

As aparições eram próprias do Cristo ressurreto. Ele já não estava sujeito às leis deste mundo natural. Apareceu à Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios. Ela cedo de manhã o confundiu com o jardineiro, depois falando-lhe Jesus, o reconheceu e exclamou: "Mestre". Apareceu também aos discípulos quando estavam reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, e Jesus pôs-se no meio deles e disse: "Paz seja convosco!" E novamente, quando desfez a incredulidade de Tomé ao mostrar-lhe as suas feridas. Agora, aproxima-se a dois discípulos e anda com eles para desaparecer depois de "partir o pão".

Aparentemente vinha do mesmo lugar. Era um forasteiro de Jerusalém que os alcançou pelo caminho, no meio de preocupações e tristezas: "Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais?"
Eu não sei quais são as nossas preocupações e tristezas, mas o milagre do Cristo ressurreto é que ele transcende todas estas coisas, aproxima-se e anda conosco.

É o Cristo da senda humana e oferece levar as nossas cargas,
Em cada momento de necessidade é um amigo verdadeiro,
Este Cristo da senda humana.
The Christ of the human road.


2. Tocou a sua fé.

Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram (v. 25)

Os discípulos estavam muito confundidos espiritualmente falando... "És o único, porventura, que tendo restado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias?" A pergunta feita na segunda pessoa do singular é enfática: "Onde tens estado? Estás tu vivendo em um mundo solitário?" - Certamente que Jesus sabia do que estava falando, mas mesmo assim pergunta: "Quais coisas?". Jesus precisava saber o grau de confusão dos discípulos, e eles abriram-se para com ele, contando-lhe desde o início sobre a crucificação, a decepção que tinham sofrido e agora a confusão com as notícias de que o Senhor havia ressuscitado. "Esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel". O original diz: "ele é"... e sugere um conflito de emoções no qual permanece uma pequena esperança de que, não obstante todos os acontecimentos, os rumores poderiam ser verdadeiros e Jesus teria mesmo ressuscitado. 

O túmulo vazio é o melhor argumento cristão de nossa fé no Filho de Deus
"... começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (v. 27).
Paulo falou aos coríntios (1 Cor.15:17): "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados."
Mas ELE RESSUSCITOU! e apareceu aos dois discípulos que caminhavam em direção a Emaús. A nossa fé não é vã, o Cristo ressurreto confirma a nossa fé. Não precisamos mais ficar perplexos espiritualmente, podemos crer com confiança.

Eu tenho fé, eu tenho fé, em Cristo meu bom Salvador.
Eu tenho fé, eu tenho fé, no Seu poder e amor!


3. Tocou os seus corações.

Não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras? (v.32)

Chegaram então a Emaús. Jesus não presumia a hospitalidade deles: "Fez menção de passar adiante" (v.28), mas aceitou o convite de ficar com eles. Assim sendo, sentaram-se juntos à mesa e, ao partir ele o pão, o reconheceram. Que bênção tinham recebido! Verificaram que seus corações ardiam enquanto andavam juntos e falavam sobre as Escrituras, e "na mesma hora" levantaram-se, voltaram para Jerusalém a fim de contar aos outros discípulos que Cristo havia ressuscitado 
(v. 32-33)

Conclusão:

É provável que alguém aqui esteja desanimado pelo caminho e que talvez necessite firmar e renovar a sua fé. Alguém precisa de um avivamento no seu coração? Tenho boas novas: Cristo ressuscitou! Ele ultrapassa todas as circunstâncias em todos os lados, dissipa as dúvidas espirituais e aviva nossos corações. Permitamos que se manifeste a nós, aceitando um encontro com Ele e que toque as nossas vidas com o seu fogo divino!

Amém!



Abril de 1986... Participei de uma tour cultural a Israel, promovida aos oficiais salvacionistas do território leste dos EUA, onde trabalhamos. Estou bem à esquerda, e Samuel (Sammy) e minha cunhada Riitta bem à direita.
Muitos anos depois, já trabalhando no Templet, em Helsinki, Finlândia, o colega ao meu lado, Kellus Vanover e sua esposa, também de óculos e jaqueta azul, no grupo da frente, foram a uma reunião no Templet. Trabalhavam na Rússia e era comum recebermos hóspedes, isto é, oficiais que se ausentavam por uns dias do país a fim de que seus vistos russos fossem renovados.
Depois da reunião que assistiram no Templet, fomos almoçar juntos naquele domingo. E enquanto caminhávamos até o restaurante, de repente voltei-me para Kellus e exclamei: "Vocês estiveram comigo em Israel, como não os reconheci antes?" A publicação da foto do nosso grupo e o tema da mensagem de meu concunhado Sammy, fizeram-me lembrar desse acontecido, de ter subitamente reconhecido alguém que, no caso, estivera no nosso grupo, "ardendo o nosso coração" ao percorrer as sendas pelas quais o Senhor Jesus andou.
E mais isto:
A esposa de Kellus está ao lado esquerdo de uma soldada salvacionista que se uniu à nossa excursão, e o motivo para sua decisão de unir-se a nós ela testemunhava: "Antes de ficar totalmente cega, quis conhecer a
Terra Santa do meu amado Salvador Jesus!" 

sábado, 14 de junho de 2014

Doreen Shaw Campos - "Mãos da Crucificação"


Mencionei na introdução a este Blog4 que a idéia de iniciá-lo veio de um envelope que me chegou da colega Doreen Shaw Campos,  da distante Austrália.  O envelope registrado com nosso endereco antigo continha sermões de seu saudoso esposo, Sidney Barros Campos, e seus próprios quando trabalhou no Brasil e em Portugal. Agradeço à Doreen porque muitos têm sido abençoados ao lembrarem-se de servos de Deus do passado e das mensagens edificantes da Palavra que eles pregaram. 


Hoje publico a mensagem que Doreen, que era oficial salvacionista e enfermeira, transmitiu no ano de 1981, no Rancho do Senhor, à Associação de Enfermeiras do ES.

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MÃOS DA CRUCIFICACÃO

Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.
Lucas 23:46

Quantas mãos entraram em cena naquele momento dramático da História!

Houve as mãos do homem que fabricou a cruz.
Eram mãos fortes, calejadas, mas indiferentes. O homem não sabia nem queria saber a quem pertenceria a cruz. Fazia o trabalho que lhe pagavam para fazer. Vivia para si e na sua indiferença para com os outros. Suas mãos foram instrumento de destruição.

Houve as mãos de Judas...
 mãos ávidas por dinheiro, mãos de um traidor.
Foram mãos que deram muito valor às moedas de prata pagas pelos sacerdotes, mais sólidas do que os sonhos vagos do Carpinteiro de Nazaré que falava do Reino de Deus.

Houve as mãos de Pilatos...
lavadas para tentar livrá-las de sangue... São as mãos de um político que queria tanto o favor dos judeus quanto o favor de Jesus. Não queria ser responsável pela crucificação e não tinha coragem de opor-se ao processo. Foram as mãos de uma pessoa que no fundo era fraca e medrosa.

Houve as mãos da multidão...
erguidas, clamorosas, pedindo que o governador romano lhes entregasse Jesus para que pudesse destrui-lo. Nem sabiam por que o faziam, apenas que todos em volta pareciam pronunciar a mesma palavra: "Crucifica-o!" Essas mãos teriam tremido se estivessem sozinhas, ou se tivessem pensado ou compreendido. Mãos que "vão na onda", que agem porque outras são irresponsáveis, mas são mãos cruéis.

Houve as mãos de Pedro...
suadas e que se retorciam, desesperadas. Pedro teve medo do que os romanos poderiam fazer-lhe se soubessem que conhecia Jesus. Temeu ser diferente dos outros. Por dentro, porém, havia um sentimento de culpa, pois por três vezes havia negado o Mestre. Mãos fracas.

Houve as mãos do soldado romano...
que colocaram a coroa sobre a cabeça de Jesus. Mãos rudes, servas de um espírito rude. Podiam torturar e achar prazer nisso. Ora, para ele quem era Jesus? Um judeu nada representava para ele. São as mãos do preconceito, do racismo, do sadismo, do mal.

Houve as mãos de Simão, o Cirineu...
que ajudaram Jesus a carregar a cruz que Lhe era muito pesada. Eram as mãos escuras de um negro, mãos que compreendiam o que era sofrer, sim, mãos de amor.

Houve as mãos que seguraram o martelo e os pregos.
Tinham uma tarefa a fazer. Não faziam perguntas. Era o sistema. Por que ser tolo e ir contra o sistema? Foram mãos automáticas, e se a consciência acusava devia ser abafada. Quantas mãos existe deste tipo... mãos que desejam continuar como estão.

Houve as mãos de JESUS...
mãos de trabalho que também tinham segurado o martelo e pregos, mas com outra finalidade, na oficina de José. Mãos que suavizavam a fronte febril, que curavam, que abençoavam. Mãos que tinham segurado crianças, que tinham sido levantadas para aquietar multidões para que pudesse falar. Eram mãos que tinham tomado o pão e dado graças. Essas mãos tinham sido unidas em oração na noite anterior, no jardim. Eram mãos de compaixão e de amor. Mãos que queriam ajudar os perdidos, os que não sabiam buscar as respostas para as suas almas.

Houve as mãos de Deus...
"Nas tuas mãos entrego o meu espírito", disse Jesus por fim. Mãos sofridas e pacientes segurando o Filho, Seu Presente para a humanidade, na hora final de vida terrestre dEle. Estas mãos já fizeram tanto por amor ao homem, por amor a mim e a você!

Agora, olhe para as suas mãos...
Que história contam? São as mãos que fizeram a cruz? São mãos, como as do que fez a cruz, muitas vezes irresponsáveis e indiferentes para as necessidades do resto do mundo? São as mãos de Judas, porque gostam de dinheiro? São as mãos de Pilatos, querendo agradar a todos, mesmo em detrimento da verdade? São as mãos de Pedro, fracas, negando para não serem consideradas diferentes? São às vezes rudes como as mãos que Lhe puseram a coroa de espinhos? São mãos ajudadoras como as de Simão Cirineu? São quem sabe mãos que não têm sofrimentos, que mostram que não foram usadas para amar ao semelhante. Se for assim, que juntemos as mãos para pedir perdão a Deus. Que eu entregue a Jesus para que Ele possa usar minhas mãos como Ele quiser. 
Amém.

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domingo, 8 de junho de 2014

Sidney B. Campos - Perdidos... e Achados!
















O "Rancho do Senhor" uma vez ao ano abria suas portas para receber o público em sua tradicional festa beneficente. Naquele dia 6.11.1965, parentes, amigos e colegas de Sidney Barros Campos e Doreen Shaw (que lá trabalhava) foram assistir a cerimônia de casamento dos dois, realizada no lindo local "dos vitrais" da instituição onde muitas jovens foram achadas pelo Senhor Jesus e tiveram suas vidas transformadas.

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Perdidos... e Achados.
- um sermão que Sidney pregou no Corpo de Belo Horizonte, em 22.11.1970 -

O Filho de Deus veio buscar e salvar o que se havia perdido.
 (Lucas 19:10)

O versículo resume o conteúdo do capítulo 15 do evangelho de Lucas, onde o Senhor Jesus propôs três parábolas.

Notemos uma comparação dos números do que se havia perdido:

... das 100 ovelhas, 1 perdida
... das 10 moedas, 1 perdida
... dos 2 filhos, 1 perdido

As três parábolas encerram o mesmo ensinamento.  Quando entrou o homem nesta série, Jesus quis enfatizar a possibilidade de o ser humano perder-se. Esta mesma porcentagem Jesus enfatizou em outra ocasião... ver Mateus 24:40-41 e Lucas 17:31-36. 

COMO FORAM PERDIDOS?

a) A ovelha estupidamente.

Isto retrata a maneira como muitos se perdem. De forma tola, pequenos descuidos; pequenos afastamentos do rebanho; pequens intrigas; pequenas discussões.

b) A moeda inconscientemente.

Isto aconteceu com um metal, com moedas. No entanto, no aspecto espiritual isto não se dá, de acordo com Lucas 19:22. Ninguém irá ao inferno ignorando. Todos receberão segundo as suas obras e cada um saberá o galardão que irá receber.

c) O filho voluntariamente.

O filho desobedece de forma voluntária, nunca compulsoriamente. O filho deixa a casa do pai por sua própria vontade.
O homem aceita o Evangelho voluntariamente.
O homem rejeita o Evangelho voluntariamente.

ONDE FORAM PERDIDOS?

a) A ovelha no deserto.

O deserto pode ser comparado à aridez, a um coração empedernido, indiferente.

b) A moeda na sujeira

Quantos se perdem porque têm prazer no pecado,
gostam de se revolver na sujeira.

c) O filho em um país distante

Fartam-se da casa... da igreja.
Procuram uma vida bem longe da que estavam levando na casa do Senhor.

Notemos também as qualidades de valor do que se perdeu:

a) a ovelha era preciosa para o pastor

b) a moeda, além de preciosa para a mulher, tinha a imagem do rei.

c) o filho, conforme Mateus 6:26, tinha não somente a imagem do pai, mas também a sua natureza.

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Que estes pontos possam ser considerados antes de a pessoa dar o passo consciente de abandonar a Deus e seguir os seus próprios caminhos.

O Senhor, no entanto, segue com o Seu olhar a quem se perdeu, esperando reencontrá-lo, como aconteceu com o filho perdido, e oferecer-lhe o banquete da alma.

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Desperta em mim compaixão,
E o mesmo amor do Senhor;
Que em toda palavra, em toda ação,
Procure salvar o pecador.

(Refrão do cântico 416, da autoria do General Albert Orsborn)

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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Manuel Bezerra - Testemunho


Subtenente Manuel Bezerra
1929-2012

Com a sua "promoção à glória" - termo que usamos para salvacionistas que "trocam a espada pela coroa" - publico o testemunho que ele mesmo escreveu e enviou para a Redação do "Brado de Guerra - contra todo o mal" e que publiquei em novembro de 1996.

Todo o jovem tem um ideal na vida. Eu sou do Rio Grande do Norte, e o meu ideal era ir para os Estados Unidos.

Para realizar o meu ideal, peguei um navio de forma clandestina de Pernambuco para Santos, passando pelo Rio de Janeiro, onde vi pela primeira vez o Exército de Salvação e coloquei 500 reis no caldeirão da campanha de Natal daquele ano. Segui viagem para o Rio Grande do Sul e depois para Montevidéu - em uma direção completamente oposta à que planejara - e chegando lá o meu dinheiro acabou!

Tive que dormir na rua , passei fome e ainda por cima pouco entendia a língua. Eu não tinha sequer um par de sapatos para calçar, então fui a um navio brasileiro no porto e um patrício deu-me um par de sapatos número 42 (eu calçava 38), que enchi de jornal.

Sujo e cheirando mal, passei em frente a uma igreja e lembrei-me de uma modinha de Vicente Celestino, "Essa porta não se fecha..." Resolvi dormir lá e pensei que talvez o padre me recolhesse.

À meia-noite, acordei com os anjos de Deus... três soldados do Ejercito de Salvación que me perguntaram se eu não queria ir para o albergue, o que prontamente aceitei. Lá me deram uma muda de roupa, um sapato número 38, trouxeram-me comida - embora fosse 02h00 da madrugada - e então me mostraram a cama, com um lençol branquinho e um cobertor. E assim fiquei ali, debaixo da proteção de Deus no Exército de Salvação.

Eu amo o Exército de Salvação porque me tirou da sarjeta, enquanto a minha religião não fez nada por mim.  Obrigado, Deus, por William Booth e pela obra maravilhosa que Ele mandou que iniciasse, obrigado também aos salvacionistas de Montevidéu que cuidaram de mim!

Através daquele apoio, fui repatriado e me converti, entregando minha vida ao Senhor Jesus no Exército de Salvação em São Paulo, e posso dizer que vale a pena ser fiel a Deus.

Durante todos esses anos que tenho servido a Jesus Cristo nunca me arrependi da minha decisão. Tudo o que tenho feito na cidade de Carmo de Rio Claro-MG tem sido feito por amor a Ele, por tudo o que Ele fez na minha vida por meio desta obra maravilhosa Obra - Aleluia!

"Então ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham." (Apocalipse 14:13)