sábado, 19 de julho de 2014

Oswaldo Campos - "Os fugitivos de Deus"


Publico hoje o segundo "sermão" de Oswaldo Campos, em forma de um artigo que o saudoso irmão enviou-me para publicação no "Brado de Guerra" 11/98. Meus agradecimentos ao seu filho Abner pelas fotos cedidas.

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FUGITIVOS DE DEUS

Assim diz o Senhor: Cairão os homens, e não se tornaräo a levantar? desviar-se-ão, e não voltarão? (Jeremias 8:4)

Ao lermos certas passagens do Antigo Testamento, ficamos admirados como o povo escolhido de Deus podia cometer apostasias tão absurdas e terríveis, apesar da severa proibição de Deus e das grandes experiências que tinham com o Senhor.

Certa vez, quando os israelitas se achavam perto do Monte Sinai e prestes a se tornarem vizinhos dos amonitas - a quem deveriam ter expulsado de suas terras, mas que não o fizeram - foi-lhes proibido por Deus de consagrarem seus filhos ao ídolo Moloque, o deus pagão daquele povo, sob pena de morte (Levítico 20:2). O culto prestado a este deus era um culto detestável, onde se sacrificavam crianças vivas e as queimavam. Supunham eles que a vítima era purificada da imundície do corpo, alcançando então a união com as forças divinas.

De igual forma, ficamos impressionados com o famoso rei Salomão, que mesmo no fim de sua vida chegou a erguer altares a Moloque, seduzido pelas mulheres amonitas a quem muito amava. Sabemos também que os israelitas vieram a oferecer seus filhos para serem queimados vivos em adoração a esse deus pagão em forma de um bezerro. Várias passagens referem-se a essa prática idólatra entre o povo de Deus; mas vejamos apenas o que nos diz o livro de Salmos 106:34-38: "Não destruíram os povos, como o Senhor lhes dissera, e serviram os seus ídolos, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios; e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas. Posteriormente (2 Reis23:13-14), o rei Josias destruiu esses altares, quebrando todas as imagens existentes.

Em nossa época, parece não haver mais entre os autênticos filhos de Deus faltas tão chocantes quanto aquelas, embora persistam ainda outras formas de apostasia que continuam desagradando a Deus.

O que é apostasia? Apostasia significa renunciar, renegar, abandonar, desertar etc. É uma doença espiritual grave. Mesmo na Bíblia encontramos alguns desses irmãos desertores. Para Deus esse tipo de falta é muito estranha, a ponto de admirar-Se e perguntar: "Cairão os homens, e não se tornarão a levantar? desviar-se-äo, e não voltarão?

O pecado da apostasia a que nos referimos parece passar por alguns estágios. Primeiramente, o homem começa com uma simples ausência da igreja, que devagar vai-se prolongando; depois vem um certo desinteresse pelo convívio com os irmãos; mais tarde vem ele a perder o prazer pelas conversas espirituais e pela Palavra de Deus. Daí por diante, já enfraquecido na fé,  tende a aceitar certos tipos de pecado, ficando à mercê do inimigo, que certamente o ajudará a distanciar-se mais e mais do Senhor. Aí está o perfil do fugitivo de Deus.

Tenho-me deparado com alguns fugitivos de Deus ao longo dos anos; e o que mais me espanta é quando isso ocorre com algum ministro da Palavra. Quando o filho de Deus chega a esse ponto ele não só acarreta sérios prejuízos a si mesmo, como também poderá afetar seus próprios familiares. Vejamos a advertência de Deus para tais casos: "As tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que mau e quão amargo é deixares o Senhor teu Deus, e não teres o meu temor contigo" (Jeremias 2:19).

Importante é sabermos que Deus está sempre muito interessado na volta de filhos fugitivos, para os quais Ele nunca fecha a porta. Vejamos o caso de Davi, que voltou a Deus. Se ele não tivesse se erguido de sua apostasia, nós não teríamos agora o Salmo 32:1: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto." Se Pedro não tivesse voltado de sua derrota, nós não teríamos o seu grande sermão de Pentecoste, onde três mil almas se converteram.

Deus sabe que somos fracos e pecamos, e até sujeitos à quedas, o que é lastimável, mas o que Lhe é estranhável é o fato desses filhos caídos não se levantarem. Parece-nos até que, quando tal rebeldia chega a ameaçar a felicidade eterna de um filho Seu, Ele lança um último apelo, conforme o texto: "Volta, diz o Senhor, e não farei cair a minha ira sobre vós; porque benigno sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira" (Jeremias 3:12). Diante dessa insistência de Deus, proveniente do Seu grande amor, podemos compreender que se o homem nessa posição vier a se perder será unicamente por sua livre e espontânea vontade. 

E aqui vai o nosso apelo a qualquer irmão que sente não estar tão próximo de Deus como deveria. Que obedeça à Sua voz e volte enquanto é tempo. Que imite a Davi, a Pedro, ou mesmo ao filho pródigo que, igualmente arrependido e longe do lar, disse para si mesmo: "Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai." Essa é a atitude certa do filho que deseja reconciliar-se com Deus, a fim de que não perca a vida que somente Cristo nos pode oferecer aqui e na pátria celestial.

Não seja, portanto, um fugitivo de Deus, jamais!

Ann Holland Hofer - "O espinho na carne"




Recebi recentemente da Suiça esta foto do Ernesto Hofer, de quando trabalhava na Argentina e o Ejército de Salvación recebeu a visita do arcebispo de Buenos Aires, o atual papa. 

Desejava publicá-la juntamente com uma mensagem antiga do colega, mas como meu pedido está "custando a se concretizar", publico-a junto com a meditação de sua mãe, Ann Hofer.

 Ann Hofer, que foi uma das primeiras missionárias a vir para o Brasil, era de nacionalidade inglesa e casou-se com o suíço Ernest Hofer, que conheceu na nossa terra.

Conheci-os quando ingressei no Exército de Salvação, em 1962, sendo que o Brigadeiro Hofer era o Chefe da Divisão do RS. Foi ele quem me alistou soldado naquele mesmo ano e ela quem dirigiu e pregou na reunião em que me tornei candidato ao oficialato, em 1963.


A meditação abaixo foi publicada na revista "Arsenal Salvacionista" no. 3 de 1945.

O ESPINHO NA CARNE

O que eu faço não o sabes agora, mas tu o saberás depois.

João 13:7

Acerca disto três vezes implorei ao Senhor que o espinho se apartasse de mim. E disse-me: Basta-te a minha graça, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Portanto, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas para que o poder de Cristo repouse sobre mim.

2 Coríntios 12:8-10

"Acerca disto"! O que foi "isto"? Se nós pudéssemos indagar do grande apóstolo mesmo, ele nos diria, "o espinho na carne, as minhas enfermidades". A tradição nos diria, "O seu mal, a sua doença da vista".
Seja como for, o poderoso Paulo sofria sob a opressão do espinho na carne e agonizava em oração para se libertar dele. Indubitavelmente, o apóstolo havia lido repetidamente o que o profeta Isaías (53:4) predisse de Jesus, de certo havia também ouvido de  Pedro, seu companheiro, a mesma citação de Isaías, proferida por Jesus, em Mateus 8:17. "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças."

O que mais natural existe, então, de que Paulo, que estava constantemente entre as multidões, em defesa da causa de Cristo, perante governos e autoridades, pleiteasse a remoção daquele "espinho" diante dAquele que havia prometido levar as nossas doenças?
Mas não foi removido! Falta de fé? Não! Falta de intercessão? Impossível! Três vezes Paulo implorou a Deus para que fosse liberto de sua enfermidade! Podia Paulo, que havia exortado os tessalonicenses (1:5;17) a orarem sem cessar, mostrar tamanha falta? Mas o espinho não foi removido! E Ele lhe disse: "Basta-te a minha graça! E nesta graça Paulo sentia prazer, sim, de boa vontade se gloriava em tolerar aquele espinho até o fim de sua vida turbulenta. 

Quem pode nos dizer se depois de travar amizade com Pedro, ele não confiou aos ouvidos atentos de Paulo as palavras de Jesus? Se não derramou o seu coração simpático ao narrar do bem com que Jesus enchera os três anos de Seu ministério. Ouço-o contar a Paulo o que Jesus lhe dissera, ao lavar-lhe os pés. "O que eu faço não o sabes agora, mas tu o saberás depois." Ouço-o contar a respeito de sua perplexidade diante daquela lição inesquecível de humildade, santidade e serviço.

Será que Pedro, deveras, veio a saber "depois" o que Jesus lhe fez? Sim! Jesus estava simbolicamente purificando-o para aquela vocação que, depois da confissão espontânea de Pedro de sua indignidade, Jesus lhe promovera. Pedro estava destinado a ser "pescador de homens" e, para isso, Jesus lhe mostrava que deveria estar limpo, liberto de seu "eu", pronto a sofrer e a fazer as obras de servo e trazer as almas para o reino dos céus.

Os pensamentos acima me vieram enquanto meditava sobre os últimos quinze meses de minha vida. Têm sido meses de enfermidade, "um espinho na carne". Como Paulo, implorei ao Senhor que o espinho fosse apartado de mim. Como Isaías, eu tinha fé que Deus pudesse sarar as minhas enfermidades. Mas o espinho não foi removido! Não fui curada. Mas Ele me segredou: "Basta-te a minha graça". Pude, com Jó 13:15, dizer: "Ainda que ele me mate, nele esperarei", e esperava. 

No nosso esperar, ouvimos duma Estação de Águas, umas fontes onde deveras muitos foram sarados de suas enfermidades epidérmicas.
Crendo ser do plano de Deus, resolvemos tirar o nosso descanso regulamentar para passar naquelas fontes as três semanas, em busca da cura para a minha enfermidade. Foi por Deus! Muito bem! dirá algum leitor. Então estou curada? Não! Não fui. Voltei daquelas águas pior do que quando ali cheguei. Mas foi por Deus!

"O que eu faço não o sabes agora, mas tu o saberás depois", assim falou o Salvador a Pedro, e agora estava para me mostrar o "depois".
Naquela aldeia das fontes, Deus tinha as suas testemunhas. Uma pequena comunidade de convertidos interrelacionadas, sendo na maior parte jovens que aguardavam, como Eliseu, o manto a cair, chamando-os para o apostolado. Uma oportunidade se nos apresentou de falar de nosso glorioso Exército de Salvação, mostrando-lhes as possibilidades maravilhosas que o Exército oferece às vidas inteiramente consagradas. O manto caiu sobre um bom moço de vinte e dois anos de idade e trouxemos o nosso "Eliseu" para o Lar das Flores onde está trabalhando esplendidamente conosco. Ele é músico, cantor e uma das características que nele mais se salienta é a sua humildade. 
Sobre outros também caiu o manto da profecia, e depois de estarmos de volta recebemos uma carta comunicando-nos a chegada em breve de mais três, duas irmãs e um jovem, determinados a servirem a Deus nas fileiras do Exército de Salvação e assim, se for de Sua vontade, como oficiais.

Diante disto, digo como Paulo, "de boa vontade me gloriarei nas minhas enfermidades, pois o seu poder se aperfeiçoa na minha fraqueza". Deus me afligiu a mim para me conduzir às fontes e serviu-Se de nós como veículos para trazer estes jovens para o Exército de Salvação.


"Capitão" Carl Eliasen - "Mantenha Distância"


Este artigo foi extraído da revista "O Arsenal", no. 3 de 1958 - coleção-acervo do Centro de Herança Salvacionista - e é da autoria do então Capitão Carl S. Eliasen quando oficial dirigente do 
Corpo Central de São Paulo.

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MANTENHA DISTÂNCIA

Lucas 22:39-46

F requentemente lemos estas palavras na traseira de veículos como advertência para evitarmos desastres. Foi o que lembramos quando na nossa hora devocional deparamos com o versículo 41 deste relato bíblico.: apartou-se deles cerca de um tiro de pedra...

Não representa isto uma distância muito grande; claro, dependendo do tamanho da pedra e da força do atirador, mas seja como for, foi distância suficiente para separar o Filho de Deus - vitorioso em íntima comunhão com Seu Pai celestial, em oração resolvendo de uma vez e para sempre o problema de toda a humanidade: a redenção pela morte na cruz - dos discípulos derrotados, dormindo de tristeza, entregues à tentação. Que diferença entre estes dois quadros apartados um do outro, cerca de um tiro de pedra...

O Dr. Holger Poulsen,psicólogo de animais de Copenhagen, esclareceu nos jornais da Dinamarca o motivo pelo qual um famoso domador de cavalos foi agredido pelos leões de um circo quando entrou na jaula dos mesmos para falar com um colega que lá estava trabalhando. O domador ultrapassou a distância de fuga (distância de aproximação que todos os animais ferozes permitem ao homem ou a todo o ser vivente sem atacá-los). "É esta distância", acrescenta o Dr. Poulsen, "que faz a cobra dançar frente à flauta e os movimentos do amansador de serpentes. As cobras são surdas e não escutam a música da flauta, e o que fazem é simplesmente se preparar para dar o bote sobre a presa, mas não o dão porque o amansador sabe manter a distância permitida."

Cerca de um tiro de pedra - quantas vezes somos derrotados, dormindo de tristeza, e cedemos à tentação por não saber manter a distância da "serpente do jardim do Éden" que astutamente acompanha os nossos movimentos como servos de Deus? Seja no lar de um soldado quando fazermos uma visita ou na plataforma quando damos a mensagem, cortando o cabelo de uma criança no Lar de Menores que dirigimos, ou sentados no conselho do Quartel, no restaurante vendendo o nosso jornal ou em casa falando com a esposa (nossa colega oficial), na hora devocional e até quando ajoelhados no banco de penitentes procurando ajudar uma alma a encontrar-se com o Salvador, sempre somos astutamente acompanhados e o malígno aguarda o nosso momento fraco para dar o bote fatal: Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5:8).

Jesus falou claramente para os discípulos que a distância que evita o desastre fatal na vida espiritual é a oração: Orai para que não entreis em tentação. Numa ocasião, quando um dos discípulos, maravilhado com a vida de oração do Mestre, pediu: Senhor, ensina-nos a orar, Ele falou: Quando orardes, dizei... não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Lendo esta instrução, gostamos de pensar na palavra "evitar" ao orar: Ajuda-nos, Senhor, a evitar o desastre, mantendo distância!

Cerca de um tiro de pedra, junto com o Mestre em oração e perfeita submissão à vontade de Deus. Se mantivermos esta distância, teremos no Brasil um Exército de Salvação vitorioso; de outra forma seremos derrotados, uma força viva, porém dormindo de tristeza.

Senhor, ajuda-nos a manter distância!

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David Hämäläinen - "Julgamento"

Felizmente, muitas mensagens de meu sogro, David Elias Hämäläinen, foram preservadas. Organizado por natureza, fez também cópias para seus filhos. 
Aqui, mais uma:



J U L G A M E N T O
Mateus 7:1-5

Desperta em mim compaixão
E o mesmo amor do Senhor.
Que em toda a palavra e em toda a ação
Procure salvar o pecador.

Como faz falta a compaixão em nosso meio e nas igrejas em geral!

Somos muitas vezes duros demais para com os irmãos faltosos e, sem sermos perfeitos, esperamos que outros sejam.

Cantamos:

"Vamos, pois, a bandeira erguer,
Bandeira de amor e perdão..."

... e quando um irmão/irmã erra, falando figuradamente, "pegamos a haste da bandeira, sem a bandeira, e o chutamos para fora!"

Cantamos com certo sentimentalismo o coro

"Ser como Cristo, como Ele anseio ser,
Em pensamento e ação, eis minha petição.
Ser como Cristo, com Ele sempre andar,
Por Seu Espírito, assim serei."

SER COMO CRISTO...

... significa, entre outras cousas, seguir os Seus conselhos, porque tudo o que Ele ensinou também praticou.
"Quando estiverdes orando, se tendes alguma cousa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas" (Mat. 5:23).

Ser como Cristo significa ir mais longe ainda:

"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão."

As nossas ofertas de louvor e gratidão são aceitas por Deus na medida que estivermos em paz com nossos irmãos, sem queixas, reclamações...

O tratamento que Ele dispensou à mulher adúltera:

"Nem eu tampouco te condeno: Vai e não peques mais."

Humildade: lavou os pés dos discípulos, tarefa dos servos, escravos.

Na hora da crucificação:

"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem."

Depois da ressurreição, quando apareceu aos discípulos medrosos e covardes que se encontravam atrás de portas trancadas...

Não houve nenhuma palavra de condenação, acusação ou julgamento:

"Paz seja convosco"... com vocês que fugiram ...com você, Pedro, que me negou.

SER COMO CRISTO...

Significa ter muita compaixão e amor para com o nosso próximo.

Moisés em certa ocasião demonstrou este amor e compaixão que Cristo revelou à humanidade.

"Ora o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste" (Êxodo 32:31-32)

O apóstolo Paulo também revelou este mesmo sentimento ao escrever as seguintes palavras:

"Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência, que tenho tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas..."

Como é fácil julgar, condenar e vez de tentar amar!

Condenamos:

- diversões mundanas ... sem empregar sempre de forma certa o nosso tempo

- ladrões... mas muitos roubam de seus patrões horas de serviço sem trabalhar, apenas permanecendo no emprego sem produzir.

- governo que desvia fundos.. e quantos sonegam impostos e taxas devidas ao governo.

- mentirosos... mas muitas vezes exageramos nas nossas conversas.

- assassinos... mas deixamos feridas mortais com a nossa língua no coração do nosso próximo.

Apontamos a falta, o pecado de nosso irmão pelo nome, mas do pecado pessoal faremos a confissão coletiva,

enquanto Isaías gritou:

"Ai de mim. Estou perdido, porque sou homem de lábios impuros."

Ele deu o nome certo para o seu pecado e passou pela purificação completa.

Quando o "fulano" erra, saem exclamações como esta: "Como é que pode fazer isso ou aquilo? Eu nunca faria uma coisas destas!"

Conclusão:

Há perigo de fazermos deste Livro Santo apenas a arma que fere 

- sim, Ele fere, mas Ele cura também...

- sim, Ele condena qualquer tipo de pecado,
mas proclama o perdão ao pecador arrependido.

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segunda-feira, 14 de julho de 2014

David H. Gruer - "Contra a Crise de Identidade"

Na edição do "Brado de Guerra" em que foi publicada a reunião de despedida do Coronel David H. Gruer e de sua esposa Barbara, mencionei que os coronéis lideraram o Exército de Salvação no Brasil de 08 de março de 1991 a 31 de maio de 1999 e foram, portanto, os chefes que mais tempo permaneceram no importante cargo.


Durante sua gestão receberam diversos líderes internacionais e, conforme as fotos, a visita da General Eva Burrows e também, em 1991, o casal cumprimentou a Princesa Diana em sua visita ao Brasil. A Princesa demonstrou satisfação em vê-los e surpresa ao saber que o trabalho salvacionista no Brasil foi iniciado em 1922.


Naqueles anos a obra conheceu real avanço. Citando somente dois aspectos desse avanço... o Exército de Salvação foi introduzido na Internet e o programa radiofônico "O Louvor da Salvação" iniciou a ser transmitido para diversos estados brasileiros através da RTM e de outras emissoras.

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"Contra a Crise de Identidade"

Uma das características marcantes da vida de Jesus era o Seu senso de destino evidenciado em tantas declarações públicas que fez. Ele estava perfeitamente cônscio de Quem era e de onde havia vindo. Jesus tinha uma compreensão clara de Sua missão e dos meios pelos quais Ele a realizaria.

Qualquer pessoa que esteja familiarizada com os registros dos Evangelhos saberá quantas vezes Jesus testemunhou acerca dessas verdades a Seu próprio respeito. De fato, uma das razões pelas quais os líderes religiosos de Sua época sistematicamente procuravam maneiras de matá-lO era precisamente devido ao fato de ser, como testemunhou o Seu precursor João Batista, "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"

Outro João, o apóstolo, expressou de forma muito sucinta o destino divino de Jesus., como lemos em 1 João 4:9: "Nisto se manifestou o amor de Deus em nós, em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele."

Esta é uma mensagem grande e maravilhosa! Uma mensagem que vem para mim e para você do próprio coração de Deus, uma mensagem corroborada pelo próprio Jesus em uma de Suas grandes declarações a respeito de Sua missão: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10:10).

Diferentes de Jesus, há em nosso mundo inúmeros indivíduos que sofrem de uma "crise de identidade". Pessoas que desesperadamente querem encontrar algum sentido para a sua existência. Querem ser asseguradas de que estão neste mundo para um propósito definido. Porém, após múltiplas tentativas em busca de uma resposta, acabam encontrando-se em situação muito semelhante à de um universitário que, ao lhe pedirem uma descrição de vida, disse "A vida para mim é um quebra-cabeça com a maioria das peças faltando".

Ao aceitarem a oferta de perdão de Deus, através dos méritos do sacrifício de Cristo na cruz, e ao receberem a Jesus como Senhor e Salvador pessoal, os cristãos têm encontrado:

A sua IDENTIDADE como filhos de Deus.

A RAZÃO DE SUA EXISTÊNCIA - que em todas as coisas Cristo tenha a preeminência.

O seu DESTINO - "Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna; porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor"
 (Romanos 6:22 e 23).

Que ao ler estas linhas possa de sua parte haver uma determinação a, com a ajuda do Senhor, compartilhar com outros a grande e gloriosa mensagem do Evangelho: Deus enviou Seu Filho unigênito ao mundo a fim de que por meio dEle tenhamos vida!

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Samuel Eliasen - "A sétima e última palavra"

Esta série de mensagens - não necessariamente em ordem neste blog - foram dadas pelo meu concunhado Samuel Eliasen no Corpo do Porto, Portugal, a convite do oficial dirigente da época, Alberto Serém, em maio de 1997, quando Samuel e Riitta eram chefes do comando da Espanha. Foi sua última Páscoa, pois em setembro daquele ano foi "promovido à glória" nos Estados Unidos.

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Nesta foto do passado, Sammy acompanha Anneli ao cantar em uma reunião ao ar livre em um cemitério de Campos-RJ, no ano de 1963.





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Paulo Franke - "Vitória de qualquer maneira!"

8. COPA... "Vitória de qualquer maneira!"

Relendo um comentário que fiz no "Brado de Guerra - contra todo o mal", de 1998, achei que se aplica muito bem a uma postagem deste blog, oportuna diante da sofrida derrota de ontem da nossa seleção contra a Alemanha. Acho que vale a pena conferir...


Se há alguma boa recordação que guardo da Copa do Mundo - de 1998 - destaco a que narro a seguir. Poucos momentos após o comandante anunciar que a decisão do jogo Brasil x Holanda seria por pênaltis, outro anúncio foi dado, dessa vez para que todos os aparelhos eletrônicos fossem desligados, pois haveria o procedimento de decolagem após a escala em Florianópolis. A aeronave taxiou lentamente até a pista principal, deu toda a força nas turbinas e decolou. Para os passageiros, no entanto, o tempo que durou essa operação de rotina pareceu interminável, ansiosos por saberem o que estaria acontecendo durante os pênaltis, se a derrota ou a vitória de noss seleção.

Mas dessa vez não foi necessário depender do anúncio do comandante, concentrado em fazer levantar o grande avião. Foi somente olhar pela janelinha e ver os fogos que se misturavam às luzes da bela ilha de Santa Catarina à noite, em toda a sua extensão, anunciando que o Brasil vencera mais uma vez! Já suspensa no ar a aeronave, acabara-se o suspense no coração, e todos nós, vibrantes, ouvíamos o comandante dar os detalhes dos pênaltis. E o espetáculo de luzes foi ficando para trás enquanto o avião prosseguia dentro da noite. O que importava agora a forte turbulência que se fazia sentir se a vitória cuidava de encher o ambiente e fazer vibrar o coração de quase todos os passageiros?

Embora aquela vitória tenha fugido dos brasileiros, quero prender-me ainda a este tema, uma vez que vitória não é uma palavra que somente soa bem, mas por ser altamente desejável para as diversas experiência de nossa vida. Vitória, de modo geral, é algo inerente à comemoração, júbilo, homenagem e destaque. No gramado, a vitória é a meta - ou o gol - a ser atingida; os craques de equipes vencedoras reluzem em um firmamento de glória terrena e em torno de seus nomes o sensacionalismo não tem limites. Não somente no campo esportivo, mas em qualquer setor da vida, quem vence alcança a experiência mais desejável do ser humano.
No campo espiritual, no entanto, a vitória pode expressar-se de uma forma bem diferente, embora o seu significado real mesmo alguns cristãos contemporâneos - que dizem basear a sua fé na Bíblia - parecem não captar.


Visitando o Coliseu em Roma
Na carta aos Romanos 8:31-39, após enumerar uma série de circunstâncias adversas pelas quais passavam os cristãos primitivos - tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada - o sábio apóstolo Paulo emprega paradoxalmente a palavra vencedores: "Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amor." Paulo foi um vencedor, mas, segundo a história, foi decapitado; os heróicos cristãos primitivos são considerados vencedores, mas morreram como mártires, aos milhares, nas arenas romanas.

A vitória do cristão genuíno manisfesta-se na maioria das vezes de forma diferente segundo o mundo a interpreta, não sendo entendida e, portanto, chamada de derrota. Sua vida é marcada por lutas e tentações, mas ela é assegurada pela presença viva de seu Salvador, que o fortalece. Apesar de todas as aparências contrárias, no íntimo o cristão verdadeiro rejubila-se e é animado constantemente pela certeza de que está nas mãos de Deus e que todas as promessas divinas para o seu bem-estar espiritual, neste mundo e no vindouro, estão-se cumprindo cabalmente. 



Nas ruínas de Corinto, Grécia.

Disse Pascal: "A vida com Cristo é sempre vitoriosa, apesar de momentos de aparente derrota. A vida sem Cristo é uma derrota permanente, apesar de momentos de aparente vitória." Porém, quem melhor traduziu a essência de vitória na experiência do cristão foi também o apóstolo Paulo, quando escreveu "... como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, e entretanto bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo e contudo eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; entristecidos, mas sempre alegres, pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo" (2 Coríntios 6:8-10).


Mas extraindo uma lição última daquela experiência de estar voando durante um jogo decisivo da Copa do Mundo, devemos aprender a reter o sentimento ou a experiência da vitória, sem susto, mesmo quando as luzes e os fogos de artifício ficarem para trás (lembremo-nos do fato de que eles podem ser exatamente... artificiais). E quando surgirem turbulência diante de nuvens escuras na etapa seguinte de nossa jornada, que acionemos os infalíveis dispositivos da fé, confiando no Piloto de nossas vidas, que não é um "piloto automático, mas que cuida de nós, individualmente, com comprovada perícia, amor e poder. Pela fé podemos ser vitoriosos até o "final", isto é, até alcançarmos a vitória final, lá... "onde os ventos não se alteram nem se agita o grande mar", conforme palavras do belo hino. 

Que em nossas vitórias disfarçadas de derrotas, lembremo-nos de outras palavras da poesia evangélica: "Deus presente está também nas sombras" ou "Tu verás que um arco-íris cada nuvem traz", não nos esquecendo do que a Palavra de Deus diz: "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" (1 João 5:4).

Portanto, vitória, de qualquer maneira!

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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Maria Eliasen - "O Lar"

Como o material para prosseguimento deste blog é escasso, por falta de colaborações, estou apelando também para artigos publicados no BRADO DE GUERRA. E por que não?
Leiam a beleza deste de Mary Eliasen, publicado quando era Presidente Nacional das Organizações Femininas no Brasil, em 1983.


A Semana da Liga do Lar  no Exército de Salvação sempre nos faz ponderar sobre este assunto de vital importância na vida cristã.
Há alguns anos li uma das mais belas definições de lar de que tenho lembrança; foi de uma pessoa chamada W. Goodien, que conta sobre um artista que desejava pintar o quadro mais belo do mundo.

Ele perguntou a um pastor: "O que há de mais belo no mundo?" "A fé", respondeu o pastor. "Você a pode sentir em todas as igrejas e altares, nos corações de milhares de pessoas."

O artista fez a mesma pergunta à jovem noiva, que respondeu prontamente: "O amor! O amor transforma a pobreza em riqueza, a tristeza em alegria e o pouco em muito. Sem amor não pode haver beleza no mundo."

Prosseguindo o artista, encontrou um soldado fatigado. Cansado das guerras, disse: "A paz é o que há de mais belo neste mundo! Onde quer que se encontre a paz ali há beleza."

"Fé, amor e paz", pensou o artista... "como os poderei pintar?"

Ao chegar em casa , viu a fé nos olhos de seus filhos e o amor nos olhos de sua esposa. Lá, no seu lar, estava a paz que o amor e a fé haviam construído. Assim, pintou o que há de mais belo no mundo, e ao terminar o chamou de - LAR!

Fé, amor e paz. Näo seriam estas coisas que estão faltando no mundo contemporâneo? 
Aprendemos que a fé é o abandono de toda a confiança nos próprios recursos, para lançar-se sem reserva nas mãos misericordiosas de Deus.
E o Seu amor imenso e insondável nos aceita como somos, independente de onde viemos ou como nos chamamos.
A paz inexplicável que ele oferece pode ser nossa em todas as circunstâncias da vida.
O nosso lar pode ser a coisa mais bela do mundo quando construído sobre a rocha eterna que é Jesus Cristo Senhor.

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