Este artigo foi extraído da revista "O Arsenal", no. 3 de 1958 - coleção-acervo do Centro de Herança Salvacionista - e é da autoria do então Capitão Carl S. Eliasen quando oficial dirigente do
Corpo Central de São Paulo.
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MANTENHA DISTÂNCIA
Lucas 22:39-46
F requentemente lemos estas palavras na traseira de veículos como advertência para evitarmos desastres. Foi o que lembramos quando na nossa hora devocional deparamos com o versículo 41 deste relato bíblico.: apartou-se deles cerca de um tiro de pedra...
Não representa isto uma distância muito grande; claro, dependendo do tamanho da pedra e da força do atirador, mas seja como for, foi distância suficiente para separar o Filho de Deus - vitorioso em íntima comunhão com Seu Pai celestial, em oração resolvendo de uma vez e para sempre o problema de toda a humanidade: a redenção pela morte na cruz - dos discípulos derrotados, dormindo de tristeza, entregues à tentação. Que diferença entre estes dois quadros apartados um do outro, cerca de um tiro de pedra...
O Dr. Holger Poulsen,psicólogo de animais de Copenhagen, esclareceu nos jornais da Dinamarca o motivo pelo qual um famoso domador de cavalos foi agredido pelos leões de um circo quando entrou na jaula dos mesmos para falar com um colega que lá estava trabalhando. O domador ultrapassou a distância de fuga (distância de aproximação que todos os animais ferozes permitem ao homem ou a todo o ser vivente sem atacá-los). "É esta distância", acrescenta o Dr. Poulsen, "que faz a cobra dançar frente à flauta e os movimentos do amansador de serpentes. As cobras são surdas e não escutam a música da flauta, e o que fazem é simplesmente se preparar para dar o bote sobre a presa, mas não o dão porque o amansador sabe manter a distância permitida."
Cerca de um tiro de pedra - quantas vezes somos derrotados, dormindo de tristeza, e cedemos à tentação por não saber manter a distância da "serpente do jardim do Éden" que astutamente acompanha os nossos movimentos como servos de Deus? Seja no lar de um soldado quando fazermos uma visita ou na plataforma quando damos a mensagem, cortando o cabelo de uma criança no Lar de Menores que dirigimos, ou sentados no conselho do Quartel, no restaurante vendendo o nosso jornal ou em casa falando com a esposa (nossa colega oficial), na hora devocional e até quando ajoelhados no banco de penitentes procurando ajudar uma alma a encontrar-se com o Salvador, sempre somos astutamente acompanhados e o malígno aguarda o nosso momento fraco para dar o bote fatal: Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pedro 5:8).
Jesus falou claramente para os discípulos que a distância que evita o desastre fatal na vida espiritual é a oração: Orai para que não entreis em tentação. Numa ocasião, quando um dos discípulos, maravilhado com a vida de oração do Mestre, pediu: Senhor, ensina-nos a orar, Ele falou: Quando orardes, dizei... não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. Lendo esta instrução, gostamos de pensar na palavra "evitar" ao orar: Ajuda-nos, Senhor, a evitar o desastre, mantendo distância!
Cerca de um tiro de pedra, junto com o Mestre em oração e perfeita submissão à vontade de Deus. Se mantivermos esta distância, teremos no Brasil um Exército de Salvação vitorioso; de outra forma seremos derrotados, uma força viva, porém dormindo de tristeza.
Senhor, ajuda-nos a manter distância!
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Sou salvacionista desde os 7 anos, tempo do comissario Eliasen. Lembro-me de, no Corpo Central, quando vinhamos marchando da reuniao ar livre da rua Direita muitas vezes seguidos por conversos.
ResponderExcluirRuth Suely Nogueira
Guarulhos-SP