Mencionei na introdução a este Blog4 que a idéia de iniciá-lo veio de um envelope que me chegou da colega Doreen Shaw Campos, da distante Austrália. O envelope registrado com nosso endereco antigo continha sermões de seu saudoso esposo, Sidney Barros Campos, e seus próprios quando trabalhou no Brasil e em Portugal. Agradeço à Doreen porque muitos têm sido abençoados ao lembrarem-se de servos de Deus do passado e das mensagens edificantes da Palavra que eles pregaram.
Hoje publico a mensagem que Doreen, que era oficial salvacionista e enfermeira, transmitiu no ano de 1981, no Rancho do Senhor, à Associação de Enfermeiras do ES.
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MÃOS DA CRUCIFICACÃO
Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.
Lucas 23:46
Quantas mãos entraram em cena naquele momento dramático da História!
Houve as mãos do homem que fabricou a cruz.
Eram mãos fortes, calejadas, mas indiferentes. O homem não sabia nem queria saber a quem pertenceria a cruz. Fazia o trabalho que lhe pagavam para fazer. Vivia para si e na sua indiferença para com os outros. Suas mãos foram instrumento de destruição.
Houve as mãos de Judas...
mãos ávidas por dinheiro, mãos de um traidor.
Foram mãos que deram muito valor às moedas de prata pagas pelos sacerdotes, mais sólidas do que os sonhos vagos do Carpinteiro de Nazaré que falava do Reino de Deus.
Houve as mãos de Pilatos...
lavadas para tentar livrá-las de sangue... São as mãos de um político que queria tanto o favor dos judeus quanto o favor de Jesus. Não queria ser responsável pela crucificação e não tinha coragem de opor-se ao processo. Foram as mãos de uma pessoa que no fundo era fraca e medrosa.
Houve as mãos da multidão...
erguidas, clamorosas, pedindo que o governador romano lhes entregasse Jesus para que pudesse destrui-lo. Nem sabiam por que o faziam, apenas que todos em volta pareciam pronunciar a mesma palavra: "Crucifica-o!" Essas mãos teriam tremido se estivessem sozinhas, ou se tivessem pensado ou compreendido. Mãos que "vão na onda", que agem porque outras são irresponsáveis, mas são mãos cruéis.
Houve as mãos de Pedro...
suadas e que se retorciam, desesperadas. Pedro teve medo do que os romanos poderiam fazer-lhe se soubessem que conhecia Jesus. Temeu ser diferente dos outros. Por dentro, porém, havia um sentimento de culpa, pois por três vezes havia negado o Mestre. Mãos fracas.
Houve as mãos do soldado romano...
que colocaram a coroa sobre a cabeça de Jesus. Mãos rudes, servas de um espírito rude. Podiam torturar e achar prazer nisso. Ora, para ele quem era Jesus? Um judeu nada representava para ele. São as mãos do preconceito, do racismo, do sadismo, do mal.
Houve as mãos de Simão, o Cirineu...
que ajudaram Jesus a carregar a cruz que Lhe era muito pesada. Eram as mãos escuras de um negro, mãos que compreendiam o que era sofrer, sim, mãos de amor.
Houve as mãos que seguraram o martelo e os pregos.
Tinham uma tarefa a fazer. Não faziam perguntas. Era o sistema. Por que ser tolo e ir contra o sistema? Foram mãos automáticas, e se a consciência acusava devia ser abafada. Quantas mãos existe deste tipo... mãos que desejam continuar como estão.
Houve as mãos de JESUS...
mãos de trabalho que também tinham segurado o martelo e pregos, mas com outra finalidade, na oficina de José. Mãos que suavizavam a fronte febril, que curavam, que abençoavam. Mãos que tinham segurado crianças, que tinham sido levantadas para aquietar multidões para que pudesse falar. Eram mãos que tinham tomado o pão e dado graças. Essas mãos tinham sido unidas em oração na noite anterior, no jardim. Eram mãos de compaixão e de amor. Mãos que queriam ajudar os perdidos, os que não sabiam buscar as respostas para as suas almas.
Houve as mãos de Deus...
"Nas tuas mãos entrego o meu espírito", disse Jesus por fim. Mãos sofridas e pacientes segurando o Filho, Seu Presente para a humanidade, na hora final de vida terrestre dEle. Estas mãos já fizeram tanto por amor ao homem, por amor a mim e a você!
Agora, olhe para as suas mãos...
Que história contam? São as mãos que fizeram a cruz? São mãos, como as do que fez a cruz, muitas vezes irresponsáveis e indiferentes para as necessidades do resto do mundo? São as mãos de Judas, porque gostam de dinheiro? São as mãos de Pilatos, querendo agradar a todos, mesmo em detrimento da verdade? São as mãos de Pedro, fracas, negando para não serem consideradas diferentes? São às vezes rudes como as mãos que Lhe puseram a coroa de espinhos? São mãos ajudadoras como as de Simão Cirineu? São quem sabe mãos que não têm sofrimentos, que mostram que não foram usadas para amar ao semelhante. Se for assim, que juntemos as mãos para pedir perdão a Deus. Que eu entregue a Jesus para que Ele possa usar minhas mãos como Ele quiser.
Amém.
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