quarta-feira, 30 de abril de 2014

Robert Holley - "Ezequiel 37"


ROBERT HOLLEY, na foto com a esposa Judy, foram missionários australianos que trabalharam entre nós no Brasil, por sinal muito lembrados até hoje. Por duas vezes publiquei algo interessante que ele me enviou à Redação, para publicação na revista OFICIAL (o artigo abaixo). 




A pressa em remover o nome de soldados pode envolver um perigo. Infelizmente, ocorre mais vezes do que se pensa. Lembro-me de uma grande amiga minha, que tinha um filho excepcional e que morava longe, mas que era um nome de amor e respeito da obra social salvacionista, ligada ao antigo Rancho do Senhor. Um chefe divisional, certamente ouvindo a opinião de um oficial dirigente não muito achegado à visitação, simplesmente deletou-a do registro de soldados de um determinado Corpo. Quando ela foi "promovida à glória", tive que intervir desde a Finlândia, pois era uma "desconhecida"... Em contrapartida, visitando a igreja onde eu fora batizado como bebê, exatamente no dia do meu aniversário, mais de 50 anos depois, meu nome foi citado e incluído na oração dos aniversariantes durante o culto, o que naturalmente me deixou surpreso e ...feliz.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Maria Eliasen - "Mensagem das Flores"

MARIA (Mary) ELIASEN mostra muito do que ela foi através desta mensagem que Carl S. Eliasen me enviou pelos correios. Conheci-a ao ingressar no Colégio de Cadetes, em março de 1964. 
Organizada em tudo o que fazia, procurava sempre dar  também um toque de beleza e requinte ao  serviço prestado ao seu Senhor, a Quem foi fiel até a morte, ocorrida em setembro de 2003, em plena primavera.




 MENSAGEM DAS FLORES  
Mateus 6:25-34 (V. 28)


O trecho faz parte do Sermão do Monte (caps. 5, 6 e 7), que Jesus proferiu. Cristo amava os campos e as flores, e os observava com grande admiração. Depois da advertência feita pela solicitude para com a vida, Ele diz: "Considerai como crescem os lírios do campo".



1. Uma das mais belas coisas da natureza são as flores. A variedade é tão vasta que mesmo em nossos dias, ainda, não são todas conhecidas. A harmonia das cores. Os detalhes mínimos, desde os gigantescos girassóis até a mais humilde violeta. Deus a todas criou com sabedoria e perfeição. Nenhum químico ou artista conseguiu ainda imitá-las totalmente.

2. Notemos o significado profundo que as flores nos emprestam em todas as situações: batizados, festas de aniversário, casamentos, formaturas e outras comemorações, até em serviços fúnebres. Elas estão sempre presentes, seja nos palácios reais como nos mais simples ambientes. Enfeitam, alegram, homenageiam!

3. As flores falam! - dizem os propagandistas. Falam do amor e carinho que os amigos queridos dedicam. Mas, muito mais, elas testemunham do poder criador de Deus, de um Deus cheio de cuidado e poder. Ele as cobre de formosura de maneira inigualável nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer delas (v.29). As flores adornam o nosso mundo, proclamando sempre a bondade de Deus para a humanidade.



4. Jesus nos faz lembrar que se Deus faz tudo isto para a natureza, quanto mais o fará para os Seus filhos. Não andeis inquietos... mas buscai em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça (v.33). O lírio do campo nos lembra que as coisas materiais são passageiras. Voltemos, portanto o nosso olhar para as coisas espirituais, que são eternas. Jesus Cristo nos regenerou para uma herança incorruptível, sem mácula, que não murcha, reservada nos céus 
(1 Pedro 1:4).

5. Se Jesus achava que o povo do Seu tempo se preocupava com o vestir e o comer, imaginem o que Ele diria em nossos dias. Às vezes fico preocupada com a atitude de certos filhos do Senhor, que gastam o tempo preparando o material. Sei de evangélicos (mulheres e homens) que vivem no salão de beleza, nos "Spas", nas academias... mas experimentam grande pobreza espiritual. Devemos cuidar da nossa saúde e aparência, isso é importante; porém, tenho compaixão dos que cuidam excessivamente do corpo, esquecendo-se de que possuem uma alma que necesita de atenção prioritária.

Que as flores possam recordar-nos do Deus, todo-poderoso, que assim como as veste no campo também cuida de cada um de nós, se soubermos buscar os Seus propósitos e confiar na Sua providência.

Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus 
(Romanos 12:2).

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Quando o casal Eliasen despediu-se do Brasil, após ter estado na liderança nacional do ES durante o período 1980-1984, fiz um acróstico com seus nomes na homenagem que lhes prestei quando do meu primeiro termo como redator do "Brado de Guerra", nomeado por ele. E nas fotos menção às nomeações que tiveram até aquela data.




Mary, a terceira da esquerda para direita, no ano em que a conheci. Os demais da foto são os cadetes das sessões "Heróis e Pregoeiros da Fé". Foto de um Dia Espiritual dirigido pelo visitante argentino, grande pregador, Bhemby, amigo de Carl Eliasen, o primeiro à esquerda. Se eu tivesse uma mensagem dele a publicaria neste blog, sem hesitar, pois foi um grande amigo do Brasil.

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terça-feira, 22 de abril de 2014

Celso A. Batista - "Desentulhe o poço!"

Conheci CELSO ALVES BATISTA quando o colega era jovem no Corpo de Campinas. Anos mais tarde, quando ele já era casado e com duas filhas, trabalhamos juntos em Portugal, no ano de 1978. Sua tia, major Zulmira Benfica, mora com ele e sua esposa. Já tenho pedido, através do sobrinho, mensagem dela, que foi minha primeira oficial distrital, em PR-SC, em 1966-67, certo de que "sermão da Benfica ficaria bem neste blog"... Tenho pedido a muitos, também a filhos dos "promovidos à glória", mas, como diz a Palavra, "...é na muita paciência"... Esta é uma das razões por que estou "apelando" a oficiais que se aposentaram há não muito tempo, como é o caso do colega Celso, pois no momento que nos aposentamos tornamo-nos antigos - não é mesmo? - nossa mensagem, no entanto, jamais!



DESENTULHE O POÇO ! 


Jesus disse à mulher samaritana:

Aquele que beber da água que eu lhe der, do seu interior 

fluirão rios de água viva (João 7:38). 


Devemos lembrar que, em Gênesis 1:26, Deus 

diz: Façamos o homem à nossa imagem... 

É difícil, mas é verdade que o 

mais terrível dos homens, aquele 

que pegou prisão perpetua por um grave motivo, foi feito à 

imagem de Deus, isso DEUS não pode negar! 


Você já viu a perfuração de um poço? Eu já vi, mas na vez em que 

eu vi fiquei preocupado, pois o homem que estava lá no fundo do poço 

ficou desesperado com a rapidez com que a água subiu quando 

encontrou o veio d'água, apesar de sentir (à medida que aprofundava) 

solo molhado!


Jesus disse: do seu interior fluirão rios de água viva. 

É isso mesmo, a felicidade está  no coração de cada ser humano, só que 

seu coração está entulhado, a água viva está lá no fundo e precisa 

ser desentulhada!

Você foi feito à imagem de Deus, e esta felicidade está lá dentro!

À medida que o ser humano vai crescendo, fisicamente e mentalmente, 

ele vai se enquadrando dentro de um 

sistema corrupto, cheio de vícios e pecados que 

entulham o poço. 

Por isso JESUS disse: Aquele que beber da água que eu 

lhe der do seu interior fluirão rios de água viva.

E isso mesmo!


A palavra de Deus primeiramente nos leva a ter sede e nos encoraja a 

tomar decisões difíceis a fim de desentulhar um poço. Depois nos dá a 

sabedoria de como fazê-lo. Dependendo do entulho, uns demoram mais 

e outros menos!

A decisão de desentulhar é sua e minha, tem que haver tempo, a 

menos que você queira morrer de sede!

Lembre de que se você foi 

feito à imagem de Deus, será que Deus é infeliz, ainda que sua criatura 

tenha caído no pecado?


Chegue-se a JESUS, que disse: Aquele que beber da água que eu lhe 

der, do seu interior fluirão rios de água viva.

Imagine uma cachoeira caindo, formando rio, água fresca, a brisa 

fresca ao redor pela presença da água, assim será a vida daqueles que 

beberem desta água. 

JESUS já pagou a conta!

Talvez você tenha coisas difíceis de tirar desse poço, mas é tirar ou 

morrer de sede!

Somente você pode fazer isso, comece agora!



As turmas do primeiro e segundo anos no Colégio de Cadetes quando 

Celso se preparou para ser oficial. O diretor, meu amigo Ronald 

Manning, de quem - igual ao colega Giani Azevedo - fui assistente no 

Colégio, prometeu-nos uma visita neste verão de 2014, e não só, mas 

também que me trará e dará em mãos algumas de suas mensagens em 

português para publicação neste blog4. Good news!

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Bruno Behrendt - "Explosão em Jerusalém" (Páscoa)

Conheci BRUNO BEHRENDT quando ingressei no Colégio de Cadetes, em 1964. Ele era o Secretário Geral (segundo-em-chefe), e o Chefe Territorial era o Comissário Gilbert Abadie. O francês e o alemão que dirigiam o nosso ES pareciam fazer uma dupla harmoniosa. Sucedeu Abadie na liderança do ES no Brasil e sua gestão como chefe abrangeu o período 1965-1969. Uma postagem anterior neste blog4 - O Exemplo de Neemias - é dele e pode ser encontrada no mês de março. 




EXPLOSÃO  EM  JERUSALÉM

(extraída do "Brado de Guerra" de 8 de abril de 1969)
os noticiários trazem-nos constantemente notícias sobre atentados. Pessoas inconformadas com a situação política ou econômica fazem voar pelos ares edifícios, pontes, linhas férreas etc. Sua arma é a dinamite da violência.

Não faz muito que uma bomba colocada num supermercado em Jerusalém causou muitas vítimas.

Muito tempo antes que o industrial sueco, Nobel, provasse que a dinamite tinha um poder extraordinário para remover obstáculos, abrir caminho nas montanhas ou para facilitar o pesado trabalho nas pedreiras, a Bíblia nos relata um acontecimento extraordinário que causou consternação aos habitantes de Jerusalém.

Uma grande pedra que selava um túmulo, fortemente vigiado e situado no jardim de Arimatéia, foi inexplicavelmente removida.

Que explosão maravilhosa!

O esplendor que ofuscara os olhos dos guardas romanos não os feriu.

A dinamite divina não causou nenhuma vítima. O poder tremendo que deslocou a pedra do sepulcro onde deitaram o corpo de Jesus não fizera nenhum ruído ensurdecedor. No entanto, com esta "explosão" começou a maior revolução dos séculos. Foi o sinal do triunfo sobre o pecado e a morte, a prova incontestável que Satanás fora vencido pelo Filho de Deus, Jesus Cristo!

Desde então tem havido "explosões" benéficas em muitas vidas. Paulo no caminho de Damasco foi "de repente cercado por uma luz" e viu removida a pedra da incredulidade. Foi uma grande explosão silenciosa porque os seus companheiros nada perceberam.

A dinamite divina continua demonstrando seu poder, revelando-se de muitas maneiras. Sempre quando Deus for declarado morto, manifestará Ele o Seu poder, ressuscitando a fé no Cristo Vivo, nos coracões dos reformadores. O movimento de William Booth é uma das provas entre muitas outras.

Do movimento salvacionista se dizia que era uma "explosão de gozo e alegria"! O que nos impede de continuar tendo esta manifestação de esperança e alegria entre nós?

Graças a Deus por este poder que remove as pedras do pecado, incredulidade e intolerância!

Mais uma vez os salvacionistas proclamarão: "Vive, sim, eu sei que vive o Redentor!"

Usemos a dinamite da fé, amor e oração!

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Nota: 
Bruno Behrendt foi o "chefe poeta"; basta folhearmos o Cancioneiro Salvacionista para constatarmos os tantos hinos traduzidos por ele, que também fez lindas versões. Inovador em muitos sentidos, Behrendt foi quem incentivou a formação do Grupo Ritmico no Corpo Central, uma cópia dos "Joy Strings" que faziam sucesso na Inglaterra, além das fronteiras salvacionistas. A propósito da Páscoa, penso ter sido ele quem introduziu a cada ano uma reunião ao ar livre bem cedo no Domingo da Ressurreição, em algum local de São Paulo, "alvorada" que mais tarde espalhou-se para outras cidades.


Quando fui Redator do "Brado de Guerra", costumava publicar uma foto do passado salvacionista. Ao escolher a foto do Corpo de Joinville-SC, que Behrendt fundou com sua esposa Ruth (Corpo para o qual fui nomedo por ele por ocasião de meu comissionamento), constatei que não possuía dados suficientes para a legenda da foto. Escrevi a ele, aposentado e morando em Niterói, e como resposta escreveu-me uma carta, que publiquei ao lado da foto, de 1936, com todos os detalhes a respeito dos soldados, muitos verdadeiros troféus ganhos das trevas para a luz!


Na foto, as filhas de Bruno e Ruth Behrendt, ao lado dos Coronéis Effer , que foram também chefes no Brasil; Behrendt, ao lado do Coronel Christensen, aparece na fila de trás.



Um Dia de Juventude em São Paulo, no ano de 1966. Os Coronéis Ruth  e Bruno Behrendt aparecem no centro do grande grupo junto com o o Secretário Geral, Peter Staveland e sua esposa Julie. No grupo, o Chefe da Divisão de São Paulo, Brigadeiro Paulo Tavares Bastos e sua esposa Anália, bem como a Secretária de Juventude, Christine Rennie, e Carl S. Eliasen com seus cadetes "Defensores da Fé" e "Luzeiros".

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Carl S. Eliasen - "Próxima Estação: Paraíso"



Ainda que tenha anunciado as duas mensagens de Páscoa publicadas seguidas, dos chefes territoriais Abadie e Behrendt, algo "martelava na minha cabeça" que deveria publicar entre elas um artigo de que gosto muito, de Carl S. Eliasen, cuja foto vem a calhar novamente, pois ele está entre Abadie e Behrendt.


Próxima Estação: "PARAÍSO"!

Artigo publicado no "Brado de Guerra - contra todo o mal", no número da Páscoa de 1998.

O título deste artigo, um anúncio feito pelo condutor do trem, é uma rotina cotidiana ouvida pelos usuários do metrô de São Paulo.

Espiritualmente falando, porém, trata-se do maior milagre e da maior mensagem dada à humanidade, inicialmente proclamada por um anjo às mulheres tristonhas que cedo de manhã foram ao sepulcro para ungir o corpo daquele que pensavam ser o defunto Jesus.

Desde então, essa proclamação estende-se a todas as épocas: Não temais! - disse o mensageiro celestial - Sei que buscais a Jesus que foi crucificado, Ele não está aqui: ressuscitou! (Mateus 28:5 e 6)

Quando os conquistadores espanhóis, usando de um tradutor quéchua, falaram ao inca Atahualpa que Jesus havia sido morto na cruz, ele mostrou o "sol" que naquele momento começava a desaparecer no ocaso, e disse: "Meu deus é diferente, ele ainda vive!"

O que Atahualpa não sabia é que mesmo o astro-rei terá o seu fim (Mateus 24:29; Apocalípse 6:12; 2 Pedro 3:10) e também que Jesus morreu, mas no terceiro dia ressuscitou!

Não pretendemos aqui entrar em detalhes ou debate teológicos sobre o "paraíso" - nossa intenção é regozijarmo-nos objetivamente no triunfo da Páscoa cristã: Tragada foi a morte pela vitória! (1 Coríntios 15:54)

Na Bolívia, junto ao famoso e legendário Lago Titicaca, lugar turístico muito visitado, está o povoado de Copacabana. Faz alguns anos, tive a oportunidade de visitar o local com a minha esposa. Não podemos deixar de sentir o espírito religioso reinante e a influência da fé católica, claramente evidenciada no morro vizinho, onde marcos bem definidos das doze estações da crucificacão têm sido artisticamente reproduzidos. Esquecendo as demandas físicas da altura e desafiado pela beleza da natureza, em companhia de um colega oficial boliviano, decidi subir até o topo...

A décima segunda e última estação, representa o túmulo pertencente a José de Arimatéia, onde ele, que também era discípulo do Mestre, permitiu que o corpo fosse colocado (justamente o lugar visitado pelas mulheres). Ao chegar a essa estação, movido pela fé que nós os cristãos professamos e conhecemos no íntimo da alma como uma experiência real e muito pessoal, senti que faltava algo e comentei isso com o meu companheiro: "Certamente esqueceram-se da estação mais importante - a ressurreição!"

Ao visitar a Rússia, Billy Graham perguntou a um bispo local, seu anfitrião, se na sua opinião havia alguma coisa faltando na pregação "Graham"? - "Sim", disse o bispo russo, "você prega convincentemente sobre a cruz, mas muito raramente menciona a ressurreição. O grande evangelista do século tomou bem nota desta observação. 

É verdade, caro leitor, a ressurreição é o maior milagre e a maior mensagem! Jesus declarou: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá (João 11:25); e Paulo afirma: Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé (1 Coríntios 15:17). E aos filipenses declarou: Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi todas as cousas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo... e conhecer o poder de sua ressurreição (Filipenses 3:8 e 10).

A ressurreição não é somente o acontecimento histórico que mudou na Igreja o sábado dos judeus para o primeiro dia da semana, o domingo dos cristãos; ela é o tema central da mensagem dos apóstolos depois do Pentecoste, é a realidade que dá vida, propósito, segurança e esperança à experiência dos salvos. É a décima terceira estação omitida no morro de Copacabana (Titicaca); talvez por ser ela também a primeira em uma série de estações que a Bíblia classifica como "Novidade de vida": 

Fomos sepultados com Cristo na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela gória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida (Romanos 6:4). Se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2 Coríntios 5:17).

Façamos, então, a pergunta lógica e consequente que se levanta: Será que todos temos esta experiência essencial? Ou será que na sequência de estações espirituais de nossa vida está faltando a mais importante?

Concluindo... 

Meu cunhado, Wanthir Santos, que era Secretário Internacional dos "Gideões" na América Latina, com escritório em Nashville, Tennessee, EUA, destacou-se no meio evangélico como um crente fiel e ativo na Igreja. Faleceu ainda jovem, vítima de um enfarto do miocárdio. A trabalho em São Paulo, hospedou-se em um hotel no centro da cidade, onde, na manhã de 3 de abril de 1967, foi encontrado sem vida por um irmão Gideão que o visitara. No criado-mudo estava a sua Bíblia, aberta na passagem de Lucas 23:39-43, e o livrete devocional para o dia, cujo texto principal era HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO (VS. 43).

A vitória da vida sobre a morte! 
É isso o que celebramos no Domingo da Ressurreição

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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Gilbert Abadie - Mensagem de Páscoa.

O francês GILBERT ABADIE (1903-1983), foi líder nacional do Brasil no período 1957-1965, tempo que nossa obra conheceu um grande desenvolvimento. Digno de nota igualmente o português fluente que Abadie, que não era mais jovem, adquiriu em nossa terra.

 

Tive o privilégio de conhecê-lo quando dirigiu um 

Dia de Juventude em Pelotas, em 1963. Olhou-me 

com seus olhos azuis penetrantes ao 

cumprimentar-me e eu esperava que me falasse 

algo de peso, incentivando-me para minha entrada 

no Colégio de Cadetes (seminário) no ano seguinte,

 mas tudo o que me disse foi: "Cuidado com as 

louras de cabelo alto!" (moda naquele tempo). 

Entendi que me prevenia a que nada me afastasse

do propósito de ingressar no seminário. Dez anos

depois, em 1973, o que me falara se cumpriria... 

encontrei uma loura com quem estou casado há 

4 décadas! 

Como cadete (seminarista), em 1964 e metade de 

1965 - quando se despediu do Brasil - tive a 

oportunidade e privilégio únicos de ouvi-lo, na sua 

típica forma profunda, pregar e ministrar estudos 

bíblicos. Àquela altura eu não imaginava que o

encontraria novamente, o que aconteceu no

verão europeu de 1973em Londres.



A foto de Abadie foi extraída do livro "A Imagem do Cruzeiro Resplandece", história do ES no Brasil, da autoria de Carl S. Eliasen, que pode ser adquirido na Intendência Salvacionista 
(e-mail no final)



Foto da família em fevereiro 1959, gentilmente cedida por Reine-Luce, à esquerda, amiga do Facebook.

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MENSAGEM DE PÁSCOA
(publicada no "Brado de Guerra" de 17 de abril de 1965)

Se Cristo não tivesse ressuscitado... 

Em sua primeira epístola aos Coríntios - o apóstolo Paulo encara essa possibilidade para dai deduzir as tristes consequências que dela resultariam para a humanidade em geral e ao povo cristão em particular. Se não fosse verdade que na manhã de um certo domingo, há dezenove séculos, nas circunvizinhanças imediatas de Jerusalém, mas fora dos muros da cidade, um supliciado que jazia em um túmulo voltou repentinamente à vida - Deus O havia ressuscitado dos mortos, então a pregação do Evangelho seria uma impostura, a esperança de uma outra vida uma quimera e a morte teria a última palavra.


Os outros milagres não são indispensáveis à fé.

Nenhum outro milagre relatado pela Bíblia é indispensável à fé cristã, mas a ressurreição de Cristo nós não podemos dispensar.

Afinal, que nos importam todas as curas relatadas no Novo Testamento? Elas não nos impedem a nós do século vinte o conhecer doenças e enfermidades. Além disso, a medicina e a cirurgia de hoje em dia têm agora em seu ativo curas que nos maravilham do mesmo modo.

Durante a última guerra, quando na Europa e em outros lugares, prisioneiros e deportados morriam lentamente de fome nos campos de concentração, será que a leitura da narrativa da multiplicação dos pães ou da pesca maravilhosa mudou de qualquer modo a sua sorte?

E Lázaro e o filho da viúva de Naim e todos os que voltaram miraculosamente à vida algumas horas ou alguns dias depois de sua morte, não acabaram eles por morrer realmente? Não é que a sua aventura extraordinária não nos traga nada mais do que a prova que se Deus quisesse nós poderíamos conhecer uma ressurreição provisória, uma espécie de prorrogação antes do desaparecimento final?

Não, todos esses milagres da Bíblia, por mais edificantes que sejam, poderiam ser dispensados. Eles nada acrescentam à nossa fé em Deus. Nós sabemos mesmo quão facilmente a atração e a procura do milagre podem degenerar em práticas supersticiosas. Jesus condenou esta tendência humana onde Ele discernia mais incredulidade do que fé. "Se não virdes milagres e prodígios vós não crereis"(João 4:48). Para nos exprimirmos à maneira de Jesus se dirigindo a Tomé, o incrédulo: "Felizes aqueles que não viram milagres, mas que, no entanto, creram nEle!"

O milagre da Páscoa sustenta todo o edifício da fé cristã.

Um único fato milagroso, isto é, contrário ao curso habitual dos acontecimentos e essencial para a criação, é o da ressurreição de Jesus Cristo. Este último com efeito nos deixou mais que uma vida exemplar e um sublime ensinamento moral. Se finalmente este homem, depois de ter morrido supliciado, vítima do ciúme e da estupidez, nada tivesse deixado senão uma magnífica lembrança, o que teríamos mais? A idéia da morte, a idéia que roi a humanidade, continuaria a dar a todas as nossas alegrias um fundo sombrio e triste...

Para nós não haveria mais esperança de rever os nossos que desapareceram. Não haveria mais apelo possível, na vida futura, das injustiças recebidas na presente vida. Nenhuma outra perspectiva a não ser o nada. De que serviria lutar pela verdade, de que serviria resistir aos instintos egoístas e baixos se mesmo Jesus Cristo fora vencido pela morte? Sim, de que serviria? Se o Cristo não ressuscitasse, então vã seria a nossa esperança de uma vida depois da morte. Comamos e bebamos que amanhã morreremos! 

A grande afirmação dos apóstolos.

O Novo Testamento, especialmente o livro de Atos, nos guardou as grandes linhas de algumas pregações dos primeiros cristãos. Vale a pena estudá-las para saber o que diziam esses homens que, por sua palavra, edificavam as primeiras igrejas cristãs. Que disse o apóstolo Pedro no dia de Pentecoste ou depois da cura do coxo assentado perto da entrada do templo ou ainda diante do sinédrio ou, enfim, na casa do centurião Cornélio?

Que disse o apóstolo Paulo na sinagoga de Antióquia de Pisídia, em Atenas no meio do Areópago, em Cesaréia diante do governador Felix: "Vós fizestes morrer Jesus de Nazaré, mas Deus O ressuscitou! Nós disso somos testemunhas!" Eis aí a afirmação central da pregação dos primeiros cristãos: O Cristo ressuscitou! Ele nos apareceu. O túmulo dado por José de Arimatéia estava vazio na madrugada do terceiro dia. Eles preferiram sofrer o martírio a negar este fato. Eles sofreram o martírio.. E aqueles que não conhecem este terrível e cruel horror não deixam de estar mortos, eles também. Mortos igualmente esses milhões de homens de homens e mulheres de todas as raças que, no decorrer de vinte séculos de cristianismo, creram na Ressurreição da Páscoa.

Então, todos foram enganados por uma ilusão? Eles creram na vitória do Cristo sobre a morte, mas não foram por isso menos vencidos por esta?

Sim, eles morreram, é verdade, mas sem desespero, sem medo do misterioso além, sem revolta contra seu destino. Eles morreram na fé da ressurreição final. Ressurreição dos corpos, misteriosa mas predita. Sobretudo, certeza da vida eterna do espírito, que na morte voltou a Deus.

Eis porque na Páscoa os cristãos se regozijam. A ressurreição do Cristo é a promessa de sua própria ressurreição. É a certeza de que o céu é uma realidade e que Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos (Apocalipse 7:17).
Ela é o véu que envolve todos os povos, a coberta estendida sobre todas as nações (Isaías 25:7). Mas, aceitando morrer Ele mesmo sobre a cruz do Calvário, Jesus Cristo, depois de aparente derrota venceu a morte para sempre. Foi sobre este Monte Calvário que a antiga profecia acima se realizou: o véu foi rasgado, a morte aniquilada para sempre.

A Páscoa nos traz todos os anos a afirmação desta vitória do Cristo que nos dá a certeza de nossa futura ressurreição.

Alegremo-nos, então! Levantemos a cabeça no meio mesmo dos cuidados e aflições da vida presente.

Eis aqui nos diz nosso Salvador: "Eu estava morto e eis que estou vivo para os séculos" (Apocalípse 1:18).

"Porque Eu vivo, vós vivereis também" (João 14:19).



Foto que tirei do abençoado casal, em 1973. No link "Gilbert Abadie, homem de Deus na 2Guerra Mundial" conto a respeito da alegre visita que, a convite deles, fiz ao seu lar em Londres, as conversas deles que giraram em torno das lembranças do passado no Brasil, o passeio na floresta vizinha etc.


Na foto do nosso jornal, o chefe territorial, Gilbert Abadie, e sua esposa, aparecem com o secretário geral, Bruno Behrendt, e sua esposa, também o então diretor do Colégio de Cadetes, Carl S. Eliasen.

Com isso, anuncio a próxima mensagem de Páscoa neste blog4, de Bruno Behrendt.

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Nota: 
Agradeço o envio desta mensagem, e da próxima - por mim solicitadas - à Claudia Meylan Lopes, eficiente secretária do Departamento de Literatura no Quartel Nacional.


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L i n k s:

Pedidos do livro indicado inicialmente:

intendencia@bra.salvationarmy.org

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Convido os caros leitores a lerem ou relerem os preciosos relatos de Gilbert Abadie, que lutou na Segunda Guerra Mundial, já publicados no meu blog1 por gentileza de sua filha Reine-Luce (basta clicarem os tópicos abaixo):

1-G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 

2- G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/

3- G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 

4G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 

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